Greve afeta 66% dos alunos da rede municipal de Boa Esperança do Sul

Greve afeta 66% dos alunos da rede municipal de Boa Esperança do Sul
Pais e professores protestaram para pedir o reajuste dos salários (Foto: Marlon Tavoni/EPTV)

Cerca de 70% dos funcionários da área de Educação aderiram à paralisação. Categoria pede reajuste no salário, mas prefeitura afirma não ter recursos

Do G1 São Carlos e Araraquara

A greve dos servidores municipais de Boa Esperança do Sul (SP) entrou no terceiro dia nesta sexta-feira (8) e mudou a rotina de pais e alunos. Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Educação, dos 2,4 mil estudantes da rede, 1,6 mil foram afetados pela paralisação, aproximadamente 66%.
Cerca de 70% dos funcionários do setor estão parados e, como algumas unidades foram mais afetadas do que outras, a prefeitura está orientando os responsáveis a procurar a escola dos filhos para saber se vai haver aula.
A administração municipal afirmou que as negociações com a categoria continuam, mas que não possui recursos para oferecer o reajuste nos salários solicitado pelos funcionários.

Manifestação

Pela manhã, cerca de 200 servidores municipais participaram de um ato na Praça João Pessoa, em frente à prefeitura. Com apitos e faixas, eles reforçaram o pedido de reposição da inflação nos salários, reivindicação que, ao contrário do aumento no vale alimentação e da redução da jornada para seis horas, ainda não foi atendida.
“Grosso modo, os trabalhadores acabam perdendo com essa inflação um mês de salário em relação ao ano passado e para quem ganha um salário mínimo o impacto é muito grande”, justificou Marcelo dos Santos Roldan, dirigente do Sindicato dos Servidores.

‘Não é justo’

Professores, Rafael Fernandes Marola e Amanda Michele Leite participaram da manifestação e contaram que acham injusto não haver reajuste.
“Na prefeitura existem muitos cargos”, disse Marola, sugerindo o corte no número de comissionados para que o município possa oferecer o repasse. “Zero, zero por cento não é justo”, afirmou. “Nós não estamos aqui pedindo algo extravagante. Nós não estamos pedindo luxo”.

Mudança na rotina

Em frente ao Centro Municipal de Educação Infantil Joana Maria Braga Guedes, no bairro Vila Esperança, servidores da área da Educação e mães também protestaram.
“Estou tendo que pagar alguém para poder ficar com ele”, contou a comerciante Sandra Jaqueline Cordeiro sobre o impacto da paralisação na rotina do filho, completando que apóia a atitude dos docentes.
“Elas também têm as famílias delas que acabam deixando em casa, outras acabam trazendo, do mesmo jeito que eu faço o sacrifício de trazer meu filho aqui também”.

Prefeitura

De acordo com a secretária de Governo, não foi possível repor a inflação no salário dos servidores municipais por falta de verba. “Com relação ao ano passado, a nossa arrecadação diminuiu já 20%”, afirmou Rita de Cássia Camargo.
“Não temos como dar o reajuste porque no mês que vem, assim que dermos o reajuste, não vamos ter como fazer o pagamento em dia”, disse.
A secretária ainda informou que na semana que vem vai haver outra reunião com o sindicato para tentar um acordo. “Vamos sentar com a comissão dos servidores na segunda-feira à tarde para passar a ver se conseguimos mexer em algum índice”.

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